Feriado de
9 de julho lembra os movimentos de revolta no país em 1932
O dia 9 de julho
é feriado no Estado de São Paulo para lembrar a intitulada Revolução
Constitucionalista de 1932. O movimento armado durou 85 dias, de 9 de julho a 2
de outubro, e foi a primeira grande revolta contra o governo de Getúlio Vargas.
Os principais combates aconteceram
na região do Túnel da Mantiqueira, que divide São Paulo de Minas Gerais, e em
outros pontos do Vale do Paraíba. Lorena e Cruzeiro foram ocupadas pelas forças
da ditadura getulista. Só do lado paulista, houve cerca de 830 mortos.
A história começa com a chamada
política do Café com Leite, em que os poderosos barões do café de São Paulo e
os fazendeiros produtores de leite de Minas Gerais se revezavam no poder.
Em 1930, esse acordo de revezamento
de poder entre as elites paulista e mineira foi quebrado porque o então
presidente paulista Washington Luís apoiou a candidatura do também paulista
Júlio Prestes. Após um golpe militar, Getúlio Vargas assumiu à presidência com
amplos poderes. Vargas fechou o Congresso Nacional, destituiu as Assembleias
Estaduais e Câmaras Municipais, anulou a Constituição de 1891 e substituiu
vereadores, prefeitos, governadores e deputados por delegados de polícia e
interventores militares.
A elite do Estado economicamente mais
importante se sentiu prejudicada. O governo Vargas reconheceu os sindicatos,
legalizou o Partido Comunista e apoiou o aumento no salário dos trabalhadores.
Estas medidas irritaram ainda mais a elite paulista.
Por causa disso, a elite paulista resolveu
envolver todos os paulistas, ou seja, colocar os trabalhadores a serviços dos
seus interesses. Muitas pessoas se envolveram nessa revolta imaginando que
seria uma causa maior e para o bem de todos, em nome de uma “Constituição de
Verdade”, mas a verdade nua e crua era que o interesse da elite paulista estava
acima do bem maior.
A elite paulista esperava a adesão
de outros estados contra Vargas e por uma nova Constituição, o que não ocorreu.
São Paulo perdeu a guerra. Depois do levante de 32, o Brasil voltou a ser
governado por paulistas. Uma nova Constituição foi promulgada em 1934.