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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Noticias sobre o preço do gás de cozinha

Preço do gás de cozinha, mais um vilão entre as famílias brasileiras

Segundo dados do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), nos últimos 20 anos, desde o início do período de liberalização dos preços, o gás de cozinha teve um aumento de 325%
 13/09/2013
 Alexania Rossato,
de São Paulo (SP)

Junto com a energia elétrica, o gás de cozinha representa grande parte dos gastos das famílias brasileiras, somando, em média, 20% do salário mínimo.
Isso porque desde a década de 1990 as empresas privadas controlam a produção e a distribuição de bens como a energia e o gás, fazendo com que os preços subissem a patamares internacionais.
No ano de 2012, o consumo de gás de cozinha no país ficou em 7,13 milhões de toneladas, de acordo com levantamento do Sindigás. E, mesmo com um crescimento de 1% a 2% ao ano, o consumo residencial tem como forte concorrente a lenha, sobretudo em regiões do Norte e Nordeste, que responde por 27% da matriz energética residencial.
O mesmo percentual fica com o gás de cozinha, já o gás natural corresponde a apenas 1% e energia elétrica, com o restante. Esse dado reflete a realidade de muitas famílias brasileiras, que sem condições de pagar pelo alto preço do gás, encontram alternativas mais baratas para o cozimento dos alimentos, tais como o uso da lenha.
No entanto, o gás de cozinha é de extrema necessidade entre as famílias brasileiras. É usado por cerca de 95 % da população, o que lhe confere uma penetração nos lares ainda maior que a energia elétrica e a água encanada, mesmo que na matriz energética brasileira, em 2011, segundo dados do Balanço Energético Nacional (BEN), correspondesse a apenas 3,2%.
 
Botijão chega a custa R$ 50
O processo de reforma da indústria do gás de cozinha no Brasil não envolveu privatizações nos moldes dos demais serviços públicos.
A principal mudança ocorreu na regulamentação que permitiu transformá-la em mercadoria internacional através de um processo longo que se iniciou em 1990 e completou-se em 2001. Nesse período, foi estabelecida uma gradual liberação dos preços que passaram a ser definidos pelas próprias empresas, a partir da cotação internacional do petróleo.
Portanto, os preços são livremente decididos pelas empresas em toda a cadeia de produção, distribuição e revenda de combustíveis e derivados de petróleo, como é o caso do gás de cozinha, no falso cenário da livre concorrência.
Assim, desde então, nenhum órgão de Estado ou de governo tem atribuições de tabelamento ou controle de preços, apenas cumprem um papel de acompanhamento, como faz a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Da mesma forma, também desde janeiro de 2002 o gás de cozinha não possui subsídio ou subvenção pública em nosso país, o que encarece ainda mais o custo para as famílias.
Além do fim dos subsídios e do monopólio estatal, outros motivos para o aumento do preço do gás são a elevação dos impostos, principalmente do ICMS e o alto custo do transporte. Mas a principal razão são as altas taxas de lucro das empresas, principalmente das transnacionais, que se apropriaram de vários negócios nesta área.
As gigantes Ultragaz, do grupo Ultra; a Supergasbras, controlada pela multinacional holandesa SHV; a Nacional Gás (grupo cearense Edson Queiroz); e a Liquigás já controlam 86% do setor de distribuição de gás no país e são as que mais faturam com o preço pago pela população pelo botijão. Em São Paulo, o preço médio do botijão de 13 quilos chega a custar R$ 50,00.
Segundo dados do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), nos últimos 20 anos, desde o início do período de liberalização dos preços, o gás de cozinha teve um aumento de 325%. Sendo que a infl ação medida pelo IPCA neste mesmo período foi de 130%, o aumento do preço do gás de cozinha foi quase três vezes a mais que a inflação.
Fonte: site Brasil de Fato

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