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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Negociação Salarial 2012



Companheiros e Companheiras,
Estamos quase no início de novembro e não avançamos nas negociações com o Setor Patronal das Engarrafadoras de Gás. O setor nega que não esteja interessado em negociar, mas é contraditório nas propostas.
· Começaram a negociação propondo índices abaixo da inflação;
· Continuam a oferecer valores nas cláusulas econômicas muito aquém de nossas necessidades;
· Não discutem as cláusulas sociais;
· Insistem em oferecer Participação nos Lucros e Resultados muito abaixo dos valores pagos nos anos anteriores;
· Repassaram aumento de mais de 8% ao consumidor final com o preço do botijão a R$ 50,00 na portaria;
· A Ultra está negociando a compra da multinacional Butagaz por US$ 1,5 bilhão, usando nosso dinheiro;
· As evidências demonstram que instaurando o dissídio o setor patronal tem possibilidade de ir chorar incentivos fiscais para o governo federal a fim de que o governo pague a conta de sua incompetência na gestão de mercado.
            Para lembrar: a nossa entidade, junto com os sindicatos de Santos e do ABC, tentou negociar com o grupo Ultragaz no primeiro semestre e  encaminhar as negociações da PLR 2012. Para nossa surpresa, a empresa comunicou a todos os seus empregados que iria aplicar um pífio adiantamento de 40% da PLR no dia 15 de agosto.
            Em assembleia, pudemos confirmar a revolta dos companheiros ao concluírem que a empresa estava se preparando para a traição. A previsão se confirmou e o Grupo Ultra pagou, à revelia dos trabalhadores, os 40% de adiantamento da PLR e anunciou sua associação ao sindicato patronal Sindigás para as negociações da data-base de setembro de 2012.
            Nossa entidade vinha desde a data-base de setembro de 2011, em parceria com os outros dois sindicatos co-irmãos, tentando a negociação do ACT em conjunto. Em Mesa Redonda na Delegacia do Trabalho em São Paulo, ficou acertado que a negociação de 2011 não se daria em conjunto, mas que seria em conjunto a negociação da data-base de setembro de 2012.
            Todo este tumulto tem um sentido: indo para a negociação com o Sindigás, a empresa quer acabar com os benefícios e garantias dos Acordos Coletivos anteriores, como: hora extra 100% e demais benefícios conquistados com muita luta, e ainda usar esse “lucro” para seus investimentos sem mexer R$ 1,00 no bolso dos acionistas.
            Os Sindicatos já procuraram a empresa para garantir que os trabalhadores pelo menos não percam os benefícios dos acordos anteriores.                       Lutamos por um acordo, mas os representantes das empresas - intransigentes que são – negam-se a qualquer acordo que venha a beneficiar os seus empregados. Ainda assim, as entidades sindicais insistem no processo negocial. Depois de muito insistirmos, conseguimos agendar nova reunião para o dia 17 de outubro, às 10h. Fomos pra negociar ficamos até as 9 horas da noite e tudo que ouvimos foi um grade NÃO.

                                                                                                                                                             
            Defendemos a necessidade de melhorar as cláusulas sociais, muitas sem custo econômico, inclusive, porque grande parte das cláusulas beneficiam a produção. O que assistimos é sempre o atraso do setor que, além de não investir em tecnologia, não investe na formação de seus empregados, muito menos na qualidade de vida no ambiente de trabalho dos mesmos:
· Trabalho a Céu Aberto: Empresas que possuam plataformas e depósitos nas condições expostas devem se adequar a coberturas capazes de proteger os empregados.
            Gente, estamos entrando em 2013 e temos ainda que implorar direitos humanos?  É crueldade companheiros batendo botijão em baixo de sol e chuva. É o cúmulo os patrões não terem a disposição de pensar em abrigar os seus empregados.
· Vale-combustível: R$ 300,00 aos empregados que não conseguem fazer uso do transporte público. É de conhecimento da gerência que em grandes metrópoles o transporte público está falido. Muitos de nossos companheiros compram carro  parcelado em até 60 vezes para ir ao trabalho e cumprir a jornada diária. O empregado tem hora pra chegar e se chega atrasado a empresa desconta, mas não tem hora pra voltar pra casa, pois o destino do trabalhador, depois de cumprir a jornada de trabalho, e várias horas extras mal remuneradas, muitas vezes, é buscar formação profissional, retornando a seu lar tarde da noite. O que não é justo é que fiquem com todo o ônus dessa locomoção. Vale combustível já!
· Hora Extra 100% de Segunda a Sexta e 120% aos sábados, domingos e feriados:
O trabalho nas Engarrafadoras de Gás é pesado. É desumano o trabalhador ser penalizado por fazer hora extra e receber menos que o custo de sua hora diária. Depois que adoece e é afastado para tratamento, ninguém quer assumir a culpa, nem Previdência nem a empresa. Hora extra bem remunerada agora!
· Empregada Gestante: estabilidade de 180 dias após o término da licença-maternidade.
Mais uma cláusula sem custo. Queremos garantir que a empregada possa voltar tranquila para o trabalho, já que muitas vezes a companheira volta sendo assediada moralmente com piadinhas de que vai perder o emprego. Alguns companheiros são obrigados a lhe virarem as costas a mando do chefe. Precisamos garantir a tranquilidade da mãe trabalhadora em seu retorno. Na defesa desta cláusula na mesa de negociação, as próprias mulheres foram encaradas com piadas, com alegação de que assim a mãe trabalhadora vai ficar tendo filho pra continuar na estabilidade. É o fim dos tempos!
· Assédio Moral: Criar ações efetivas para conter os casos de assédio. É direito dos trabalhadores estarem em um ambiente de trabalho saudável e humanizado. As próprias empresas reduzirão futuros custos processuais ao instituírem a humanização no trabalho. Treinamento adequado e punição exemplar a quem vier a ocupar cargos com peso hierárquico e cometer assédio.

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